ONU denuncia prisões de opositores e repressão na Venezuela

Arte/AJ

Da Redação 

A Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos sobre a Venezuela documentou 16 prisões ou apreensões de líderes políticos, defensores dos direitos humanos e parentes de figuras da oposição em diversos estados do país. O grupo de investigadores denunciou que essas detenções, ocorridas nos últimos dois meses, são mais um ataque aos direitos e liberdades do povo venezuelano. A presidente da Missão, Marta Valiñas, afirmou em entrevista à ONU que as prisões geram "medo generalizado" e dificultam a livre expressão da população e o trabalho legítimo dos defensores dos direitos humanos.

Valiñas ressaltou que a postura das autoridades venezuelanas, que se recusam a dialogar com atores internacionais e regionais, tem dificultado ainda mais a situação. “As pessoas começam a ter mais medo de falar sobre aquilo de que estão a ser vítimas e ficam cada vez mais desprotegidas”, declarou. A Missão pediu urgência na divulgação do paradeiro dos detidos, exigindo que todos sejam libertados de forma imediata e incondicional.

A Missão também destacou que as violações de direitos humanos cometidas no país podem resultar em responsabilidade criminal individual, tanto para os executores quanto para aqueles que autorizam tais ações. Marta Valiñas fez um apelo às autoridades venezuelanas para que garantam os direitos ao protesto pacífico e à liberdade de expressão, sem medo de represálias. Em um comunicado anterior, o grupo de peritos registrou a prisão de pelo menos 56 ativistas da oposição, 10 jornalistas e um defensor dos direitos humanos entre agosto e dezembro de 2024.

O perito Francisco Cox, membro da missão, enfatizou que o aparato repressivo do governo continua totalmente operacional, e alertou para a responsabilidade criminal daqueles que coordenam ou executam detenções arbitrárias e tortura. A Missão também pediu que qualquer violação de direitos seja investigada de forma imparcial por tribunais independentes, respeitando o devido processo legal. O mais recente relatório da missão documenta a repressão violenta aos protestos após as eleições presidenciais de 28 de julho, considerados pela organização como "uma das mais agudas crises de direitos humanos na história recente" do país.

Fonte: ONU

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