Tribunal do Irã condena cantor iraniano à morte por blasfêmia


Youtube/Reprodução


Da Redaçao

O popular cantor iraniano Amir Hossein Maghsoudloo, conhecido como Tataloo, foi condenado à morte pelo Primeiro Tribunal Criminal de Teerã após recurso apresentado pelo Ministério Público, informou a Iran International. O artista, de 37 anos, inicialmente havia recebido uma sentença de cinco anos de prisão, mas o caso foi reaberto por alegações de blasfêmia ao "insultar o Profeta Maomé". Tataloo, conhecido por seu estilo provocativo e declarações políticas em suas músicas, é amplamente popular entre o público jovem, mas tem enfrentado forte repressão do governo por criticar abertamente o regime conservador do Irã.

De acordo com a mídia local, o cantor chegou a ser favorecido por políticos conservadores após o lançamento de uma música em 2015 que apoiava o programa nuclear iraniano, alinhando-se às posições do governo na época. No entanto, a relação passou a ter problemas quando suas letras e estilo de vida passaram a desafiar os valores conservadores do país. Segundo o Iran News Update, o Ministério da Orientação Cultural intensificou o controle sobre a expressão artística no Irã, reprimindo artistas por meio de censura, prisões e exílio forçado. Desde sua extradição da Turquia em dezembro de 2023, Tataloo está preso sob acusações que incluem disseminar propaganda contra a República Islâmica, promover prostituição e publicar conteúdos considerados obscenos.

Organizações internacionais, como a Anistia Internacional, criticam duramente o sistema judicial iraniano, afirmando que ele carece de independência e é controlado por forças de segurança e inteligência do país. O caso de Tataloo reflete a repressão mais ampla às liberdades de expressão e crença no Irã, onde mais de 1.700 execuções foram registradas nos últimos dois anos, segundo dados da ONU. Para Diana Eltahawy, diretora-adjunta da Anistia Internacional para o Oriente Médio e Norte da África, o uso da pena de morte no Irã é uma "arma para semear medo entre a população e suprimir a dissidência".

Apesar de o jornal afiliado da República Islâmica do Irã ter anunciado a sentença de morte, uma agência de notícias local afirmou que a decisão ainda não é definitiva.

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